A tradição ancestral da Soenga e a riqueza gastronómica da região de Viseu Dão Lafões estiveram em destaque no Pavilhão de Portugal da Exposição Mundial de Osaka 2025, numa iniciativa promovida pela Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões, em colaboração com o Turismo de Portugal e a AICEP.
Durante dois dias, o Japão acolheu uma das mais emblemáticas expressões do artesanato português: o ritual de cozedura do Barro Negro de Molelos. Integrado no projeto “Craft”, que visa valorizar o saber fazer tradicional através de uma abordagem contemporânea, este momento cultural deu a conhecer ao público internacional uma prática profundamente enraizada na freguesia de Molelos, em Tondela.
No centro da apresentação esteve uma instalação imersiva que recria o “círculo do fogo” da Soenga – um ritual comunitário de cozedura ao ar livre, onde o barro ganha vida pelo calor e pelo tempo. Montada na sala multiusos do pavilhão português, esta instalação sensorial combina imagem, som e narração para transportar os visitantes até ao universo simbólico desta tradição milenar, que não pôde ser reproduzida in loco por motivos logísticos.
A experiência estendeu-se também ao paladar, com a presença do chef Michelin Diogo Rocha, que trouxe à mesa os sabores autênticos da região de Viseu Dão Lafões. O chef, além de protagonizar a demonstração gastronómica, assumiu ainda a liderança da cozinha do restaurante português no evento.
A Expo Osaka 2025, que abriu portas ao público a 13 de abril e se prolonga até outubro, reúne 161 países e espera receber cerca de 28 milhões de visitantes ao longo dos seis meses de duração. Sob o tema “Oceano: Diálogo Azul”, a participação portuguesa destaca o mar como elemento agregador e conta com a colaboração de mais de 150 entidades nacionais, entre empresas, associações, autarquias e artistas.
O Pavilhão de Portugal, assinado pelo prestigiado arquiteto japonês Kengo Kuma, conta ainda com uma mascote oficial: um cavalo-marinho chamado Umi – palavra que significa “oceano” em japonês.